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sábado, agosto 11, 2012

E esta manhã foi a vez do meu padrasto nos deixar. :-(

Vamos ter MUITAS SAUDADES!

Adeus Zé, descansa em paz.

terça-feira, agosto 07, 2012

Obrigada pelas vossas palavras...

Por aqui a vida não está nada fácil.
Eu sou daquelas pessoas que tem 2 pais. Isto é, tem um pai, e um padrasto que sempre me tratou como filha.
O problema é que o meu padrasto também está doente. E já há mais de um ano que também anda em tratamentos contra esse "bicho horroroso". Radioterapia, quimioterapia,... Temos vindo a ver o sofrimento dele sem nada podermos fazer :-(
Agora está já numa fase de cuidados paliativos...não sabemos até quando vai aguentar.

A situação do meu pai foi uma surpresa...e nunca pensei que fosse ele a partir primeiro.

Agora, está a ser mais difícil para mim. Se antes eu não sabia o que era a morte de um pai...agora já sei... e sei que em breve passarei pelo mesmo... e está a ser muito difícil.

segunda-feira, agosto 06, 2012

A Filipinha ainda não sabe que o avô faleceu. Consegui esconder-lhe... mas não está a ser nada fácil para mim.
Esta semana vou começar a dizer que o avô está pior...mas ela vai rapidamente perceber.

No dia dos anos dela perguntou-me : "Então hoje não vais ver o avô Rodrigo ao hospital?"
Respondi-lhe: " hoje, como é o dia dos teus anos, não vou".

No fim de semana, não se apercebeu... estive muito tempo fora por causa do funeral.

Ela, e a Carolina, ficaram com o Rui. Até nisto não foi fácil...mas isto daria outro post.

bjs

19 de março de 1938 - 3 de agosto de 2012


O meu pai era daquelas pessoas que "fogem" dos médicos...por isso ter ido a uma urgência, no início de julho, ao hospital de Cascais, significava que não se devia estar a sentir nada bem. Na realidade tinha dores, estava afónico, tinha perdido peso, tinha tosse… Depois da consulta, com direito a análises e raio x ao torax, veio para casa com antibiótico e o pedido para uma consulta de otorrino (que ficou marcada para 10 de agosto).

Mas o meu pai pouco melhorou…E foi ficando cada vez mais fraco.

Mas não se queixava…o meu pai nunca se queixava.

Numa das visitas que lhe fez, (18 de Julho) a minha irmã assustada com o que observou decidiu levá-lo a uma clínica privada. Após consulta e raio X, o médico disse-lhe que ele tinha que ser internado nesse dia pois o estado dele era grave. E assim foi, ela levou-o a um hospital público (HSX) e ele ficou internado nesse mesmo dia.

No dia seguinte fui vê-lo ao Hospital.

Estava fraco, com dores e mal o consegui ouvir. Estava praticamente afónico.

Enquanto ele dormia o médico quis falar comigo. Levou-me para outra sala e comunicou-me que o meu pai tinha um cancro de pulmão já num nível avançado (estadio iv). Claro que, este diagnóstico tinha ainda de ser comprovado com mais alguns exames… mas havia quase 100% de certeza de que era um tumor maligno e já com metástases. O tac tinha mostrado “qualquer coisa” no fígado também.

Foi difícil ouvir…mas não foi nada que me surpreendesse. O meu pai não tinha cuidados com a sua saúde e, infelizmente, fumava muito. Desde miúda que sempre achei que uma coisa deste género iria acontecer, mais tarde ou mais cedo…mas, mesmo assim, a confrontação com a situação foi muito dolorosa.

No dia seguinte, o meu pai foi transferido para o hospital Egas Moniz, onde começou a fazer os vários exames para confirmar as suspeitas dos médicos.

Ao fim de uns dias veio a confirmação. Cancro no pulmão com ramificações na garganta e metástases no fígado. Nos ossos…não cheguei a saber se havia alguma coisa.

Como havia a possibilidade de fazer quimioterapia o médico informou o meu pai, (26 de Julho) que ele tinha um cancro no pulmão e necessitava de quimioterapia (não lhe falou na existência das metástases…não valia a pena e eu também já tinha manifestado ao médico a ideia de que não valeria a pena dizer-lhe). Era suposto ele sair no dia seguinte, e ir viver para casa da irmã durante esta difícil fase que se avizinhava. No entanto, por causa de uma infecção pulmonar teve que ficar mais uma semana no hospital…talvez saísse no final dessa semana…

No fim de semana passado, durante a minha visita, achei que ele estava com a barriga muito inchada, e por isso na segunda de manhã lá fui para o hospital para tentar falar com o médico que o seguia. Fiquei a saber que ele estava a perder a função hepática. Era mesmo um mau prognóstico. Apesar do médico não me ter dito, naquele momento achei que o meu pai já não sairia vivo do hospital.

A partir daí passei a viver diariamente com medo de um telefonema do hospital e, ao final do dia, assim que o Rui chegava a casa, rumava ao hospital para estar com o meu pai, levar-lhe fruta e ice tea, as únicas coisas que lhe apetecia “comer.”

E ele estava cada vez mais fraco…Na 3ª feira, pouco antes de eu sair, puseram-lhe um daqueles aparelhos nos dedos que medem o batimento cardíaco. Saí de lá desolada.

E chegámos a Agosto. Como as escolas fecharam passei a estar com as minhas filhotas durante o dia…já só podia mesmo ir ao hospital ao final da tarde.

Na 4ª feira de manhã, a minha prima Anabela (que foi incansável e me ajudou imenso nestes últimos tempos) foi falar com uma médica e disseram-lhe que o fígado já tinha praticamente parado. Pensei que ele morresse nesse dia.

Quando, nessa tarde, cheguei ao hospital ele estava cheio de tubos, de fios,…, perguntou-me (a custo…porque era difícil ouvi-lo) se eu sabia para o que era aquilo e eu respondi-lhe…”se calhar é a quimioterapia”. E a partir daí alimentei essa ideia… essa mentira (esse meu sonho). Ele tinha começado a quimio, que depois continuaria quando fosse para casa. E foram esses os argumentos que usei, (e que usámos) durante os dias seguintes, quando ele se queixava… “ a quimioterapia não é fácil…toda a gente sabe…mas é para ficares melhor, sentires-te melhor, respirares melhor,…”.

Na 5ª feira ao final do dia ele estava igual…fiquei esperançada que ele aguentasse até ao fim de semana. [A minha irmã estava no estrangeiro e só chegaria no final dessa semana]. Nesse dia, quando cheguei ao hospital ele perguntou-me se lhe tinha trazido uma meloa. Disse-lhe que não. Que com este tratamento não podia comer, mas que assim que lhe tirassem os tubos e ele voltasse a poder comer o faria. “Talvez no fim de semana”, disse-lhe ele acenou-me que sim.

Eu queria que ele não sofresse…

Ele estava mais cansado. Nesse dia já praticamente não “conversei” com ele, pois ele queria dormir. Durante o tempo que lá estive, fiz-lhe festinhas e fui fazendo o que ele me pedia…o que ele precisava…

Vim-me embora, pouco depois das 21:30, bem depois da visita ter terminado. Ele ficou a dormir.

Na 6ª feira, dia 3 de Agosto, dia do aniversário da minha Filipinha, por volta das 9 da manhã ele faleceu.

Agora está em paz…

Acho que foi melhor para ele…

Mas para quem cá fica…por mais que já se esteja à espera deste desfecho…não se está preparada. L

É a lei da vida…


Pai, adoro-te muito…descansa em paz. Vou ter muitas saudades tuas!




P.S. Peço-vos desculpa…mas precisava de desabafar.


sexta-feira, agosto 03, 2012

Hoje, a minha Pipoquinha faz 7 anos.
Hoje, o meu pai faleceu.
Hoje foi um dia MUITO DIFÍCIL...mas consegui que ela não soubesse que o avô tinha morrido.